Fake News
- Por: Isabela Alves
- 5 de jul. de 2017
- 3 min de leitura
Palestra na FAAP promove discussão sobre as notícias falsas e faz público repensar os conceitos da nossa sociedade atual e o papel do jornalismo
As chamadas "Fake News" são extremamente prejudiciais e estão presentes no nosso dia a dia mais do que imaginamos. Ela enxerga um boato que poderia ter potencial, inventa fatos e algumas pessoas acabam sendo enganadas, tomando isso como verdade. São notícias que não contextualiza a informação e as deforma. Muitas vezes, alguns fatos ganham grande repercussão porém estão baseados em algo infundado e sem checagem.
Geralmente essas falsas notícias são publicadas por uma parte invisível da internet, que podemos considerar como um submundo, pois são sites sem nome. Quando ocorre algum problema, não tem a quem processar, já que ninguém assina o texto. A liberdade de expressão na internet tem limites e ele vai até quando a imagem de alguém é denigrida sem justificativa.
Em um mundo tão polarizado no qual vivemos hoje em dia, a verdade é tudo aquilo que concordamos e principalmente na internet, as informações estão sendo usadas como uma espécie de munição para atacar o próximo e comprovar o seu ponto de vista.
Para esclarecer melhor, podemos pensar em um exemplo no cotidiano: Quando entramos em um bar e encontramos uma pessoa expressando pensamentos machistas ou misóginas, podemos ficar parados ouvindo e compactuando com o que ela diz, ou podemos corrigir. Isso gerará um resultado, no caso a pessoa se mudaria de lugar ou pararia com a conversa. Com a internet é a mesma coisa.
Devido ao grande avanço da tecnologia, parte da população pode ter acesso a todos os tipos de informações, porém é preciso disseminar as fontes, saber se o que está sendo dito é verdadeiro. A internet pode promover um grande debate público e troca de ideias, porém o Brasil ainda é um país jovem democraticamente e a internet não é um bom local para discussões, principalmente porque atualmente a população brasileira se encontra deprimida, passando por duas reformas, crises econômicas e por essa razão qualquer motivo gera um boato. O estado emocional do país contribui em partes para o crescimento das fake news.

Veículos de informação podem cometer erros pela falta de tempo na apuração da notícia, mas a sociedade em si também tem a responsabilidade de sempre querer informações de qualidade. Os efeitos dessas notícias podem ser diversos e vão desde pessoas que começam a acreditar em teorias conspiratórias até uma percepção de um mundo irracional no qual ou se ama ou se odeia.
Isso é extremamente prejudicial para a sociedade em si, já que são criados conflitos internos que destrói e corrompem os laços que nos mantem unidos. O sensacionalismo pode mexer com os sentimentos de raiva e tristeza, mas a sociedade precisa estabelecer um diálogo, baixar a guarda, ouvir o que o outro tem a dizer para poder entrar em um consenso.
As atitudes para combater esse tipo de mal são fáceis e mais próximas no nosso dia a dia. Não se deve compartilhar falsas correntes pelo whatsapp e sites considerados "confiáveis" por exemplo, porque geralmente só falam o que o público quer ouvir e não necessariamente a verdade. Os sites de Fake News ganham muito dinheiro com essas notícias com o número de views, anúncios e geralmente sempre há interesses políticos e econômicos envolvidos.
Os veículos jornalísticos precisam ter postura, mas a sociedade tem o grande papel de fazer cobranças. Existem aproximadamente 115 empresas que checam sites pelo mundo, porém existem algumas pequenas dicas que você pode seguir para evitar transtornos, como desconfiar de sites que tem número exagerado de likes, siglas malucas no nome ou se copiam veículos conceituados.
É sempre bom lembrar que quando você compartilha essas notícias, você também se torna uma fonte não confiável. É preciso ter boa informação para não ter deformação e talvez seja um bom momento para reinventar o jornalismo.
Palestra realizada no dia 05/05/2017
Para mais informações, acesse o site www.faap.br/
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