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Museu Afro Brasil

  • Por: Isabela Alves
  • 2 de ago. de 2017
  • 2 min de leitura

Para celebrar a memória e a história do negro no Brasil

A questão racial é polêmica, muitas vezes causa constrangimentos ou é simplesmente deixada de lado. Não precisa ser dessa forma, porque afinal o Brasil é um país miscigenado e mais da metade de sua população é negra. Como disse o professor Kabengele Munanga, "Enquanto os leões não tiverem seus historiadores, a história das caçadas glorificarão os feitos dos caçadores", portanto é preciso olhar para a história do continente Africano com uma nova perspectiva.

Era natural associar a imagem do negro como alguém primitivo, atrasado e tudo isso por causa de uma geração que foi escravizada. Os relatos contados sobre o continente eram confusos, imprecisos e até romantizados, porém nunca relatava a realidade. O território africano é extenso e obviamente haverão problemas, mas o maior deles está na exagerada generalização relacionado a esse tema.

É preciso explorar mais e conhecer um pouco do cotidiano, dificuldades, crenças e conhecimentos desses povos, porque não existe uma cultura que seja superior a outra, existem diferenças que torna cada uma única. O povo africano tem diversas semelhanças com o povo brasileiro, desde os traços no rosto, até a dança, religião, comida e a linguagem.

Reconhecer a origem é motivo para celebração, orgulho e identificação. É preciso lutar para que o futuro se torne mais igualitário para todos, onde o que importa é o seu intelectual, não a sua cor. Apesar da Lei n 10.639/2003 tornar obrigatório o ensino da história e cultura africana nas escolas, o que é ensinado é a visão dos colonizadores. Parte da grande mídia também ainda apresenta o negro como ser escravizado ou sexualizado, o que muitas vezes cria preconceitos e estereótipos.

Apesar das dificuldades, vivemos em um mundo de mentes abertas, onde todos os seres humanos tem direito de serem tratados como seres inteligentes, inovadores e capacitados para fazer a diferença. É preciso ter esperança e acreditar que podemos evoluir.

Inaugurado em 2004 a partir da coleção particular do Diretor Curador Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil traz exposições e uma amostra fixa para visitação do público. Com um acervo com mais de 6 mil peças, entre quadros, pinturas, roupas, documentos entre outros materiais coletados desde o século XV até os dias de hoje.

De acordo com Ana Lucia Lopes, Coordenadora de Planejamento Curatorial, “A exposição do acervo do Museu Afro Brasil pretende contar uma outra história brasileira. (...) tem a intenção de desconstruir um imaginário da população negra, construído fundamentalmente pela ótica da inferioridade ao longo da nossa história e transformá-lo em um imaginário estabelecido no prestígio, na igualdade e no pertencimento, reafirmando assim o respeito por uma população matriz de nossa brasilidade.”

Para te inspirar ainda mais sobre o assunto, assista a palestra da escritora nigeriana Chimamanda Adiche "O Perigo De Uma Única História".

 
 
 

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