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Perfil: Maíra Medeiros


A youtuber que revolucionou a internet com seus vídeos sobre atitude e empoderamento feminino

Com grande personalidade e criatividade, os youtubers se tornaram um fenômeno da noite para o dia e ditam o que é tendência nas redes sociais. Sua popularidade nunca foi tão grande, muitos tem milhares de seguidores que acompanham as suas rotinas. Atualmente existem perfis das mais diversas formas, etnias e demografias.

Maíra Medeiros é criadora e dona do canal "Nunca Te Pedi Nada", com mais de 180 mil inscritos e é conhecida pelos seus vídeos de entretenimento. A equipe do Culturistando a entrevistou para conhecer mais sobre sua profissão e o seu trabalho no canal.

- Qual é o intuito do seu canal?

Olha, quando eu comecei a fazer o meu canal, foi por uma mera diversão minha porque eu falo muito. Eu falo sozinha, falo com muitas pessoas, uso o snapchat... É uma loucura, porque todas as histórias que eu conto no meu canal são histórias que eu já contei muitas vezes durante a minha vida. Aí eu pensei "já que eu gosto de contar histórias, é só dar play no vídeo e eu poupo minha saliva"... Brincadeira!

- Dá para ganhar dinheiro sendo youtuber? De qual forma você recebe seu salário?

Eu nunca fiz o resgate do meu dinheiro do canal. Existe um mecanismo no qual você ganha dinheiro a cada mil exibições dos anúncios, mas para isso o anúncio precisa ser visto por completo, então é um mito que os youtubers são ricos. Quer dizer, os grandes youtubers realmente são ricos porque eles produzem conteúdos a muito tempo então eles tem um volume de vídeos muito grande dentro do canal deles, com um volume de visualizações muito grande. Então tudo que é muito grande, vai trazer uma grande fortuna também.

- Qual foi a maior dificuldade que você passou até hoje no Youtube?

A maior dificuldade que eu passei no Youtube era gravar o vídeo dependendo da luz natural, porque eu ficava sentada no chão, ali na cama. Eu colocava o celular engatado na janela de um jeito que... Sei lá como eu fazia isso, mas dava certo. Mas por exemplo, nos dias de chuva não dava para gravar, se o sol caia não dava mais, então essas foram as minhas primeiras dificuldades. E uma outra dificuldade também foi das pessoas falando "pra quê que você está gravando vídeo? Não entendi... Você não é mais adolescente, porque está fazendo isso?", como se para abrir um canal no Youtube tivesse uma idade limite ou um limitação dos assuntos.

- Você sabe explicar porque os youtubers viraram esse grande fenômeno?

Sei! Quer dizer... Eu acho que eu sei. Eu acho que tudo que envolve adolescência, juventude, se transforma em um fenômeno. Então você tem por exemplo os fenômenos na música: Beatles só foram Beatles porque houveram milhares de pessoas ensandecidas e essas pessoas eram os jovens, porque eles amam de uma maneira muito intensa e o youtuber é um ídolo próximo. As pessoas que assistem tem a sensação de "ah você é meu amigo, eu te assisto todos os dias, eu sei o jeito que você fala, o jeito que é sua casa... Tudo seu".

Antigamente o que era um ídolo? Eu por exemplo sou super fã das Spice Girls, mas elas são de Londres e eu não faço a mínima ideia de como é a casa de uma delas. Então eu passei minha adolescência idolatrando pessoas que eram distantes de mim e hoje em dia os ídolos estão muito mais próximos dos jovens. Então de alguma maneira eles se identificam, isso acaba gerando uma febre e adolescente transforma tudo o que ele ama em uma coisa muito grande. Normalmente era com banda de rock, banda pop etc e hoje os youtubers fazem esse papel.

- A sua paródia "Miga Sua Loca" passou um milhão de visualizações em um curto espaço de tempo. Você esperava todo esse sucesso?

Não, eu esperava o contrário. Como eu falo de um assunto que é o empoderamento feminino e eu deixo muito claro que "não fique com um cara que manda você fazer alguma coisa, não fique com um cara que manda você trocar de roupa", então eu enfatizo muito para não fazer coisas pra uma pessoa que é insuportável. Eu achei que isso ia me trazer haters e aí quando começou a dar certo eu fiquei muito feliz.

Quando eu comecei a ver que saiu em vários sites como Capricho, Hugo Gloss, Huffington Post Brasil, Catraca Livre, aí eu falei "Meu Deus... Como Assim?!". Mas acho que aí que está o lance: quando você pensa que não vai conseguir agradar todos, aqueles que você agradar você sabe que é o seu parceiro. Você não vem ao mundo para agradar todo mundo né? Então quem gosta de você são pessoas verdadeiras. Então eu decidi "vou soltar essa paródia. Quem gostar, vai ser meu amigo para sempre e quem não gostar pode ir embora, porque quem pensa que uma menina foi feita só para cuidar da casa, cuidar dos filhos e precisa usar roupa X,Y ou Z, não é meu amigo" e se você ainda pensa assim, mude para que a gente possa se tornar amigo.

- Você acha que o público está se interessando cada vez mais por vídeos abordando essas questões sociais tão importantes?

Eu acho que o Youtube é um balde cheio de coisas dentro e o que acaba acontecendo?Muitas dessas coisas são parecidas ou iguais. As vezes é muita zoeira, as vezes são coisas que não agregam nada para ninguém, então quando alguém aborda um assunto que precisa ser ouvido, as vezes ele ganha uma posição de destaque.

As vezes, porque existem vários assuntos super importantes abordados no Youtube, interessantes, que trazem algo de bom para a sociedade, mas são encobertos por vídeos que sobre tortada na cara. Não estou falando mal de quem faz isso, porque afinal o Youtube é livre pra fazer o que quiser, mas estou dizendo que tudo o que faz sucesso, de questões sociais como o empoderamento feminino, é só a ponta do iceberg do que acontece no Youtube. Ainda há várias coisas lá dentro que não ganharam um grande destaque infelizmente.

- Qual mensagem você quer passar para os seus telespectadores?

Acho que passar a mensagem de que a gente deve respeitar as pessoas, independente das escolhas dela, do ponto de vista ou opinião. Hoje em dia a gente vive uma coisa muito chata que se você gosta disso e eu gosto daquilo, a gente não pode ser amigo. Eu era de uma maneira diferente do que eu sou hoje e de uns cinco anos para cá eu venho praticando o deboísmo, então eu escuto o que é diferente de mim. Todo mundo é diferente e se fôssemos iguais, o mundo ia ser chato pra caramba.

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