Doação de Sangue

Ajude a salvar uma vida com um ato de compaixão e amor ao próximo

Quando doamos sangue, não sabemos a quem estamos fazendo o bem, porém uma simples atitude pode salvar vidas. Os requisitos para se tornar um doador inclui estar bem de saúde, pesar mais de 50 Kg, ter entre 18 a 69 anos, não estar de jejum, ter dormido pelo menos 6 horas na noite anterior e também é necessário levar o documento oficial de identidade com foto para realizar o cadastro.

A doação de sangue é um procedimento rápido e sem dor, só é preciso boa vontade e disponibilidade de tempo. É importante saber que após fazer a doação, o corpo vai repor tudo o que você deu e é possível realizar a doação novamente após 30 dias. Um destaque especial é para a doação de plaquetas, pois uma doação de plaqueta por aférese produz aproximadamente seis unidades de plaquetas, o que equivale a seis doações de sangue convencionais.

A equipe do Culturistando entrevistou Lilian Razaboni, diretora do Hemocentro da Santa Casa de São Paulo para nos contar mais sobre os bastidores das doações e sobre a instituição:

- Qual o caminho que o sangue percorre desde que é tirado do doador?

Ela vai para a bolsa de sangue, que a gente chama de bolsa tripla. Todos os conjuntos são triplos, as vezes nós fazemos até hemocomponente com quatro. Essa é a bolsa mãe, que tem o anticoagulante, para pessoas com mais de 50kg e ali eu consigo por de 400 a 470ml, sangue entra aqui e por aqui eu colho a sorologias, sífilis, HIV, HPV, hemoglobina, pra saber se esse sangue é bom ou não... Então essa bolsa vai ficar presa até essas sorologias ficarem prontas.

Deu tudo certo a pessoa não tem nada, essa bolsa é liberada para uso e tudo é feito com código de barras. A bolsa sobe pelo elevador e vai para uma bancada onde ela fica mais ou menos por uma hora, porque a hemacea, se ela for centrifugada logo depois que ela é colhida, que ela está quente, ela desanda, ela quebra e o plasma fica todo manchado de vermelho, não pode.

Então aquela bolsa de sangue é colocada aqui com as duas vasilhas, centrifuga, e aí eu vou separar o plasma do sangue, por isso que a gente fala que uma bolsa salva três vidas. Uma bolsa vai virar hemacea, a outra bolsa vai virar plasma e a terceira bolsa vira plaquetas, então de uma bolsa eu tiro os hemocomponentes, porque na doença eu não preciso de uma bolsa de sangue total, nas doenças eu preciso do sangue fracionado desta maneira.

Porque quem tem anemia, não precisa de plasma nem de plaqueta, quem tem anemia precisa só de hemacea, quem tem leucemia, precisa só de plaqueta... Então toda patologia precisa de um sangue diferente por isso que ele é fracionado.

- Como é o processo para doação de plaquetas?

O doador vem, que já doou sangue, e fica aqui mais ou menos umas duas horas, duas horas e meia. Ele vai naquela máquina eu impulsiono o braço dele, eu puxo 200ml de sangue, centrifugo, aí eu devolvo a hemacea para ele e devolvo o plasma na mesma agulha. Uma hora a agulha puxa, uma hora agulha devolve. Em cada 200ml eu vou trabalhando até ter um saco de plaquetas para a quantidade de um adulto. E as minhas máquinas fazem até dupla, então eu consigo fazer com que cada doador de 200mil plaqueta, eu consigo fazer duas bolsas.

- Quanto tempo o sangue pode permanecer aqui?

Essas bolsas valem 30 dias. Pensando em um exemplo prático, todo mundo tem uma dispensa em casa, então quando você compra um lata de leite condensado nova, você tem que botar atrás da velha, porque se você vai pondo sempre na frente as novas, você vai pegando ela e corre o risco de jogar fora porque venceu. Então existe uma regra onde as bolsas novas aqui são sempre colocadas por trás, para se usar e não deixar vencer.

Depois de 30 dias vai para o lixo, então a gente faz de tudo para usar as velhas, para ter o mínimo possível na dispensa. E a plaqueta vale só cinco dias, elas ficam em uma estante até a hora de ser usada, como ela é fator de coagulação, se ela ficar parada, ela forma gumos e aí não dá para usar, então até ela ser usada ou dispensada por alguém, ela fica o tempo todo na estante.

- De onde surgiu a ideia de fazer o Hemotour?

É um jeito de trazer doadores.Então o Hemotour surgiu para principalmente para quem faz biologia, enfermagem, para ver como funciona o ciclo do sangue, mas quando eles agendam comigo eu já mando o folder e falo "cada grupo tem que doar", aí sim eu invisto. Mas para mostrar por mostrar, eu não tenho tempo para isso.

- Aumentou a quantidade de doações com o Hemotour?

Ajuda, ajuda, certeza. Eu gasto muita perna e lábia, mas ajuda e eu sempre digo para as pessoas que se elas pertencerem a alguma igreja, sempre tem gente que é adventista, da universal, quem tiver que pegue meu contato, que a gente manda ônibus, vai nas igrejas...

É um jeito das pessoas saberem como funciona e um jeito de buscar os doadores.

- Você acha que hoje em dia os brasileiros estão doando mais sangue? Ou ainda a taxa esta muito baixa?

Pela pesquisa da organização mundial da saúde, se 5% da população doasse, ninguém teria problema. Mas hoje em dia, só 2,5 ou 3 doam e assim, só doa quando precisa, em situações envolvendo familiares por exemplo.

- Tem alguma época do ano que as pessoas decidem doar mais?

Olha, a época que doa mais é de Agosto a Novembro e a época de Fevereiro. As pessoas voltam de férias e decidem fazer as campanhas com o pessoal da igreja e as épocas piores são as ferias né? Dezembro, janeiro e junho. Maio e junho está muito frio, as pessoas pegam resfriado... Mas quando a coisa aperta, recorremos a campanhas e as pessoas abraçam a causa.

Locais de doação de sangue:

Hemocentro da Santa Casa de São Paulo

Rua Marques de Itu, 579 - Vila Buarque (Próximo ao Metrô Santa Cecília)

Tel: (11) 2176 - 7258

Segunda à sexta das 7h às 18h e aos sábados das 7h às 15hrs.

Hospital São Luiz Gonzaga

Rua Michel Ouchana, 94 - Jaçana

Tel: (11) 3466 - 1000

Segunda à sexta das 8h às 11hrs

Hospital Geral de Garulhos

Alameda dos Linos, 300 - Pq. CECAP

Tel: (11) 3466-1416

Segunda à sexta das 8h às 15hrs

Procure o hemocentro mais próximo de você e faça a sua parte!

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